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Hobbies

"Hobbies são manias que protegem o mundo de nossa insanidade, adquira alguns e terá menos vontade de atirar objetos sobre outras pessoas."
Viviane das Graças Vieira


sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A LIBERDADE DO ESCRITOR

Sem compreender ao certo a razão a caneta se movia entre os seus dedos e riscava a folha em branco.
Ao fundo se ouvia o som de vozes exaltadas, pessoas que iam e vinham em passos "descompassados" e apressados... pressa...
Enquanto riscava aquela folha era como se abrisse uma brecha no tempo, as vozes, os sons , os gritos sumiam aos poucos, as cores se apagavam e só restara a folha.
O homem é escravo do tempo, nunca o tem, sempre lhe falta. Passamos boa parte do nosso tempo pensando no que faríamos se o tivéssemos.
Nunca nosso tempo é o suficiente para fazer o que planejamos, o que precisamos, o que sonhamos...
Naquela folha, que já não estava tão branca, o tempo não existia; por aqueles minutos, os minutos não importavam - então o homem foi livre.


VIVIANE DAS GRAÇAS VIEIRA

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

DIFERENTES CLIENTES, GRANDES NEGÓCIOS...

O cidadão chegou à loja, olhou freneticamente as grandes prateleiras, procurava algo. Andou por uns minutos, olhou no relógio, era por volta das cinco da tarde.
Suava frio, imaginava quão certa seriam as Leis de Murph, “quanto menos tempo temos, mais depressa ele passa”.Não era sempre assim, tão pessimista, mas a ocasião não era boa.
Na segunda-feira o patrão lhe havia pedido para “ dar um jeito” na cortina, trabalho simples, a cortina já estava pronta, só era necessário fixar o varão para instalá-la. Foi aí que surgiu o problema.
Passou a semana inteira ocupando-se de outras tarefas; não louvável como os estudos para combater a fome, a inflação ou o aquecimento global, nem mesmo procurando possíveis soluções para a precariedade de valores da sociedade contemporânea, também não gastou toda sua semana com assuntos sem qualquer importância, ao menos para ele. Enfim nem 8 nem 80, só concluiu que a sexta-feira chegava ao fim e ainda não resolvera este pequeno detalhe (fique em nota que era sua primeira semana no trabalho e instalar uma cortina talvez não fosse assim tão simples).
Parou a primeira vendedora que encontrou, questionando-a a respeito do varão, esta lhe apontou outra que certamente o ajudaria:
- Por aqui, por favor.
A vendedora lhe apresentou seu objeto de interesse, tinha um custo entre 20 e 25 reais. Pensou na situação financeira do país, no valor do pão, no aumento do leite, olhou, analisou: “Vale a pena!”, afinal, era seu emprego que estava em jogo.

Antes de concluir a compra perguntou:
- Como se instala?
- Juntamente com o varão vai o suporte para fixá-lo na parede, os parafusos e as buchas...
- Bucha?!
- Sim, senhor.
Seria necessário uma furadeira. O trabalho de procurá-la, emprestar de alguém e já havia passado das cinco.
- Não há outro jeito? Uma outra opção?
- Temos varões maiores que, não necessariamente, requereriam o uso de bucha ou parafusos. Qual a medida da parede?
- Entre dois metros e meio e três.
Olhou os varões maiores: eram ótimos; o preço não variava muito, porém eram grandes demais.
- O senhor teria de serrá-lo, não seria tão difícil, com o uso de uma simples serra poderá fazê-lo.
- Uma serra?
- Sim. Pra tirar o excesso.
Teria ele de comprar uma serra e assim mesmo não teria resolvido o problema, além disso, não era bom com serras e o tempo estava se esgotando.
A vendedora passou a compartilhar da mesma angustia, queria ajudá-lo, mas não havia mais opções, todas já haviam sido descartadas. Por mais que treinemos nosso espírito empreendedor e sejamos o povo que sempre “dá um jeito”, não estamos preparados para tais situações.
- Um varal!
O sujeito enlouqueceu, queria um varal, afirmou que era a solução: um varal e alguns pregos. Prenderia o varal e estenderia a cortina, só precisava agüentar por uma hora para agradar o chefe.
A funcionária duvidou, mas mostrou o varal e os pregos. Custaria para ele menos que cinco reais, e este já não tinha mais tempo. Comprou e se foi, saiu satisfeito, sem ninguém entender.
Nestas horas é valido a máxima de que : “O cliente tem sempre razão”.


(baseado em vendas reais)
Viviane das Graças Vieira

domingo, 4 de outubro de 2009

MINHA CULPA, MEU QUERER

É triste quando percebemos que a vida muitas vezes escapa por entre nossos dedos, e as oportunidades se perdem em uma fração de segundos. As pessoas que passam por nossa vida e vão embora sem que sejamos capazes de perceber, os momentos preciosos que deixam de ser por falta de atenção, os detalhes que deixam de fazer diferença por não serem contemplados.




Parei numa noite para pensar em todas as pessoas que já conheci, cada uma que em dias, horas ou minutos se dispuseram a dividir parte de sua história comigo, me perguntei onde elas estariam e se o nosso encontro na trajetória da vida teve alguma importância. Temi que a resposta fosse “não”; infelizmente em muitos casos foi. O que me faz refletir que todo dia das cem pessoas que passam pela nossa vida, muitas vezes e quase todas não damos a devida importância.




Não me condeno, mas me culpo. Não me condeno porque sei que o tempo passa e tem passado mais depressa que minha compreensão e é fácil se perder diante das vitrines e dos “outdores” da vida. Por outro lado me culpo por saber e me perder, deixar as pessoas e os momentos passarem e não fazer nada. Culpo-me por saber que podia fazer muito mais do que realmente faço, por saber que o meu medo, minha indiferença, meu egoísmo supera o meu “ser pessoa” e me impede de estar disponível ao outro.


O padre Fabio de Melo relata no seu livro que ser pessoa consiste em “dispor de si” e “estar disponível”. Esses dois pilares se completam e se entrelaçam, é a perfeição de Deus que fez tudo interligado numa relação harmônica e divina que nossa imperfeição e limitação não é capaz de compreender. Se “dispor de si” significa ter posse de si mesmo entende-se que todo momento que nos perdemos ou deixamos as frustrações, os medos, as preocupações exageradas nos roubarem, entregamos a posse da nossa vida, não podemos dispor de nós mesmos quanto mais estar disponível.


Saber disso é que me faz sentir-me culpada, embora saiba que a culpa por si só nada modifica e nada constrói. Então percebo que o que quero não é a culpa, é a responsabilidade de me resgatar, de estar e ser para mim e para o outro o que na essência Deus criou. O que realmente quero é viver o desafio de me encontrar, de ser realmente pessoa, de saber o que sou e o que não sou e não mais perder a oportunidade de ser para as centenas das pessoas que encontro todo dia.


Quero contemplar a beleza dos detalhes, das flores da primavera, da doçura e alegria do sorriso, do brilho e da verdade dos olhos de quem ama, do céu azul das manhãs de sol... Quero, mas não só quero, desejo poder viver cada segundo fazendo mais humano o mundo e mais divino o meu coração. E mesmo que voltar para consertar o que passou não seja possível, e sabendo que ainda cometerei erros que não serei capaz de corrigir, que ainda deixarei algumas pessoas irem embora sem deixar minha marca em suas vidas, desejo viver esse mistério do que sei e do que não sei, do que posso e não posso de uma maneira única e nova, melhor e mais sincera.


Não quero ser a melhor pessoa do mundo, só quero ser o melhor que posso.
Viviane das Graças Vieira

domingo, 20 de setembro de 2009

MINUTO ROMANTISMO (isso não acontece sempre!)

“Um dia uma pessoa questionou-me sobre o que era necessário para me conquistar. No contexto do momento minha resposta foi falha, não me lembro ao certo, mas esta resposta errada foi o suficiente para desajustar toda uma história. Sentada na minha cama, quase de madrugada, o meu celebro formula a resposta, que se estivesse pronta há três anos atrás teria evitado muitos problemas”.





CONQUISTA

A conquista jamais é forçada,

Ela acontece

Pode ser por um gesto,

Um olhar ou uma seqüência de atitudes.

Só somos conquistados quando permitimos ser:

Quando o lugar da conquista não está ocupado,

Machucado ou sujo



O que conquista não é o pote de sorvete,

Nem a caixa de bombom,

Tão pouco um perfume caro.

O que conquista não é uma boa cantada,

Ou o carro do ano.

O diploma universitário,

Ou a carteira de trabalho,

Isso pode atrair, mas não conquistar.



A atração passa,

Mas atraímos pelo que é diferente,

Nos conquista aquilo que é único.



Esse único do outro que o faz se destacar em uma multidão.

A singularidade do outro não precisa ser grandiosa,

Nem mesmo ser percebida por todos.

Aí é que está o mistério!

É o que só você percebe no outro

E que lhe provoca uma reação.

É o que no outro para você é especial,

Sem saber necessariamente o porquê.



O que conquista é o desafio

Que surge da nossa reação ao outro

O mistério no qual nos perdemos,

Quando não encontramos as respostas para os porquês.

E talvez assim,

Por não entender o que nos conquista

Seja inútil questionar,

Filosofar ou tentar explicar

A conquista por si só conquista

E se faz conquistar.

Viviane das Graças Vieira

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Aviso interessante


"Depois dizem que não há nada de novo entre o céu e a terra!"

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A MARCA DO TEMPO



O som das últimas gotas de chuva era a música da manhã, acompanhada do cântico dos pássaros que se alvoroçavam para entoar um hino de louvor pelo fim da tempestade. A luz ainda era pouca e entrava timidamente por uma brecha na janela, devido a intensidade da luz podia se dizer que o sol logo viria e brilharia em todo seu esplendor.
Porém, tudo naquela manhã que divulgava um lindo dia parecia não fazer sentido: ao olhar para o par de chinelos abandonados próximo a comoda uma desolação sobreveio.
A muito que aquele calçado estava ali, não era novo, já tinha recebido a marca do tempo, já estava gasto e para outra pessoa talves não fosse visto com bom olhos. Sua marca não era conhecida, e sua cor desbotava denunciava a baixa qualidade do material. "Estava gasto..." está expressão ecoou como um alerta da transitoriedade de tudo o que há e da precariedade que nos permitimos viver.
Ficou a pensar se, tal qual o par de chinelos, também sua vida estaria "gasta", seus sonhos, tudo pelo qual lutou. Será que tudo perde seu valor com o passar do tempo como nos ensina a sociedade capitalista? O novo que se torna velho em fração de segundos, relacionamentos com prazo de validade e os motivos tornando-se obsoletos antes mesmo de exercer sua função motivadora. Pessoas E sentimentos equiparando-se a máquinas e tecnologias com preço em declínio.
Olhava para o chinelo e todo o seu ser gemia em profundo e gélido silêncio. Aquele que foi por tanto tempo seu companheiro, confidente de cansaço e tropeços, estava agora abandonado. Seus serviços, agora, desnecessários por tempo indeterminado, mas que a cada segundo ganhava peso de anos. Os pés que os calçava perdera sua vitalidade, sua força, seu vigor...
Como o companheiro no canto do quarto seu coração pulsava um lento abandono, um sensação de inutilidade.
Quando um forte barulho de um carro interrompeu a trilha sonora de seu devaneio pôs-se a pensar no quanto o senso de utilidade nos faz rotular os sentidos da nossa vida, tudo o que existe deve ter uma utilidade e quando não mais tiver será descartada. Vivemos a era descartável, os ambientalistas gritam por um mundo sustentável e ao fim do dia sentam-se a beira de uma mesa para discutir o improvável destino do mundo e sobram de suas conversas as latas de refrigerantes vazias depositadas sobre algum balcão. Descartamos porque reciclar é um processo demorado, exige esforço, exige tempo e o tempo passa e leva com ele nossa força.
A fraqueza daquele corpo deitado a meia luz fez seu protesto com uma lágrima que trilhava pelo seu rosto já enrrugado e marcado pelo sofrimento e pelas batalhas de uma vida inteira. Outras lágrimas caíriam, mas a dor tornou-se tão forte que já não doía.
A natureza, que outrora cantava a extrema alegria, parecia silenciar-se à espera de um milagre. A porta do quarto começou a abrir timida e lentamente e uma pequenina mão fragil e ao mesmo tempo forte e decidida pode ser enxergada. Logo a presença nobre e infantil, dotada de beleza e de vida trouxe um novo som ao quarto. Os velhos e cansados olhos contemplava outros cheios de esperança e sonhos, permaneceu por um instante o silêncio dos olhares se cruzando, era como se algo estivesse acontecendo, um silêncio anestésico. Aos poucos a criança aproximava-se da cama como se pedisse licença, mas sem nada dizer. Quando percebeu obter um ligeiro e fraco sorriso como resposta a neta agasalhou-se no colo enfraquecido da avó. Suas palavras doces falavam menos que seu carinho, seu olhar de admiração tornou-se cura para o envelhecido coração. Era como se de repente os dois corações batessem no mesmo compasso, os lábios de menina pronunciaram as palavras que devolveram as esperanças e fez com que o fato do mundo, as vezes, ser tão cruel e materialista perdesse sua importância:
- Vovó me conta uma história?
Aquela mulher, não mais um corpo marcado pelo tempo, recuperava sua dignidade e diante da súplica que chegava aos seus ouvidos começou a desenhar em palavras uma história tão cheia de vida como o brilho que agora morava nos seus olhos.
Viviane das Graças Vieira

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Tenho medo...


Quero fazer uma confissão: tenho medo do BuddyPoke.
Sim, aqueles bonequinhos bizarros que rondam o orkut. Já tive até pesadelo. Eles entravam no meu quarto querendo me abraçar e rodopiar, era muito estranho, acordei assustada e tirei o computador da tomada.
É sério, eles são assustadores. Além disso me pergunto, porque parece interessante dar volta de bicicleta ou beijar alguém virtualmente! É o fim do mundo! Sou da época em que dar abraço, andar de bicicleta, beijar, andar de mãos dadas aconteciam de fato.
O que aconteceu com essa geração! As pessoas se trancam no seu quarto com o seu computador e dão um abraço de urso no vizinho via BuddyPoke; cadê as conversas na porta de casa, o sorvete do domingo á tarde?
Não, eu não estou sendo nostálgica! Mas a realidade me revolta!
Vi um garoto chutar a canela do outro virtualmente, tenho saudade dos arranhões!
Bom, essa é minha confissão, álias, meu desabafo; não consegui segurar.

Viviane das Graças Vieira


segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Quando o amor acontesse...


Quando o azul do céu fica mais forte, quando os olhos se perdem na imensidão do mar, quando a beleza de uma flor e o cantar de um passáro nos rouba de nós mesmos. Quando nos deparamos sonhando diante do pôr do sol. Quando os sonetos começam a fazer sentido. Quando aluz da lua ressussita as esperanças... Quando nos permitimos usar uma roupa colorida e abandonar as convenções. Quando a primavera invade outra estação do ano, quando nos maravilhamos com as cores que pintam o céu no cair da tarde. Quando os olhos brilham, as lágrimas caem, o sorriso é sincero, asmãos se dedicam a escrever uma carta. Quando momentos simples proporcionam uma felicidade verdadeira. Quando o rídiculo é o caminho mais sensato e alguns segundos provocam marcas eternas. Nesses momentos em que a vida é mais leve e tentamos, de alguma forma, definir o porquê do "quando"; descobrimos que há um mistério divino preso em cada detalhe, descobrimos que a vida só é vivida quando o amor acontece.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Dia do amigo

Não há no mundo quem não precise de um amigo, mas um amigo mesmo, daqueles que é “pau pra toda obra”, que “quebra o galho” sempre que precisamos. Atualmente a humanidade tem adquirido uma cultura cética, deixando de acreditar nas pessoas, vivemos numa época em que a tecnologia e a globalização têm feito das pessoas indivíduos distantes uns dos outros. E, totalmente globalizados, correndo de lá para cá, num tempo que não para, vivemos relações meramente superficiais, o “Bom dia”, “com licença” é automático, e reservamos a nós mesmos os “direitos autorais” de nossa história, dos nossos segredos... Quando crianças, a amizade brotava do interior e em poucos instantes já estávamos compartilhando da nossa vida com o outro. O tempo passa, as pessoas mudam, mudam até o que não deveriam, criam uma barreira protetora em torno de si, quase que intransponível. Agora que os filmes de terror não assustam, o medo brota e enraíza na descrença das pessoas, onde a amizade não consegue crescer. Porém a amizade é um sentimento misterioso, grande, forte e persistente e quando menos esperamos ela esta ao nosso lado e o que outrora era automático se torna verdadeiro e sincero. Por mais que resistamos – e resistimos – sempre haverá um amigo, aquela figura que nos faz rir quando deveríamos chorar, que nos houve quando ninguém mais nos entende... Alguns já os encontraram, outros ainda irão encontrar e se formos sensíveis a ponto de perceber eles podem estar ao nosso lado.
Feliz dia do amigo!!!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Câmera em mão erradas!


Olha o que acontece quando sua câmera fotográfica cai em mãos erradas:



sexta-feira, 3 de julho de 2009

A procura da FELICIDADE


Não é segredo que o maior desejo do homem é a felicidade. Todos queremos ser felizes!
E nessa busca incansável percorremos diversos caminhos, fazemos diversas escolhas, muitas delas erradas; a felicidade ás vezes parece distante...

Felicidade é diferente de alegria, com a alegria nós cruzamos muitas vezes, a alegria de um encontro, de uma conquista, de um sonho realizado. A alegria é um sentimento, a felicidade é um estado, é um ponto de chegada. A alegria é inquieta, a felicidade é paz.
Recebemos todos os dias frações de felicidade, essa frações são entregues em nossas mãos, o que acontece é que esperamos que ela seja grande e barulhenta, e acabamos por deixá-la escapar, ou a enterramos a espera de que cresça sozinha.

O que me faz pensar que se aos 15anos (escolhi essa idade aleatoriamente), se aos 15anos encontrassemos a felicidade completa, que motivação teriamos para o restante de nossa vida. A procura da felicidade nos impulsiona, nos leva a acreditar no valor da vida, nos faz enxergar o que não vemos, nos ensina a comemorar as frações de felicidade de cada dia. É, e eu acredito que sempre foi, essa busca que transformou e transforma o mundo.
A felicidade fracionada ganha um nome diferente, muito utilizado, e infelizmente, as vezes, banalizado. O seu nome está escondido nos versos do poeta, no brilho dos olhos do pai que vê o filho pronunciar as primeiras palavras, no abraço de dois amigos, no conselho de uma mãe,...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Porque estudamos? parte II - Devaneio


“O tempo passa”, essa não é uma frase nova, mas real... Passaram os dias, as aulas, os alunos, e, invariavelmente, aqui estou: em outra sala de aula. São novos os tempos, mas ainda é a mesma sala de aula, o mesmo ambiente opressor dos dias de prova, o quadro negro (que na verdade é verde), o armário, as cadeiras, todas com um nome invisível anotado. É interessante como os três primeiros dias de aula definem a posição estratégica do aluno até o final do ano. Hoje, final de semestre, sala vazia, pude pela primeira vez ouvir todos os sons da rua, do carro dando partida, de um alarme disparando, da grafite da lapiseira em contato com o papel. Consegui observar uma formiga solitária que caminhava partindo do pé da mesa do professor até se perder junto à cor do piso e aos devaneios dos meus pensamentos. Perdi-me junto à formiga, minha mente saiu para dar uma volta. Não foi resolver as patologias sociais ou para criar uma grande tese, já se passa todo o semestre pensando em assuntos importantes, foi só para “dar um tempo”. Os meus olhos seguiam aquele pequeno animal pela extensão da sala, como ela parecia conhecer com perfeição o caminho que devia trilhar, não havia setas ou informações, mas a formiga caminhava. Quantas vezes na nossa vida procuramos um semáforo ou uma placa de sinalização e ficamos perdidos. O problema não é a ausência de sinais é a nossa dificuldade de enxergá-los. Corremos tanto e tantas vezes que só vemos o que é grande e só ouvimos o que é quase um grito. O resto... O resto passa, como os dias, os anos, as aulas, as pessoas, os detalhes que podiam fazer toda a diferença. Deixamos tudo para trás, porque os grandes problemas da humanidade sufocam as enfermidades do coração. Negligenciamos o valor da nossa existência por achar que é egoísmo, tentamos salvar o mundo e nos esquecemos de nós mesmos. Saio da sala, já é tarde, apago a luz, é preciso economizar energia. Fecho a porta: espero que a formiguinha não tenha medo de escuro.
-baseado em um fim de semestre real
Viviane ... vocês sabem o resto

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Ônibus


1h e 14 min, tarde de sol, aos poucos um aglomerado de pessoas se forma com um objetivo comum: entrar no ônibus. Primeiro entra o motorista bate o cartão, ajeita a cadeira, guarda a bolsa, vira a placa, olha o retrovisor e faz sinal para que ente o primeiro passageiro. Um a um entram no ônibus, olham o motorista passam a catraca, todos com total naturalidade, fugindo às vezes em que o bilhete trava. As curiosidades começam aí, porque há maior busca pelos bancos altos e os da última fileira? E porque a pessoas insistem em sentar do lado do banco voltado para o corredor quando estão sozinhas? É constrangedor entrar no ônibus e ter de pedir licença para o individuo que está aparentando ter poucos amigos, dá a entender que estamos invadindo um espaço proibido, acredito nessas entrelinhas haver uma mensagem subliminar que diz: “Não sente!”, “Não importune!”, “Sujeito a mordidas!” Ou algo parecido. Você já fez isso! Sentou-se, desejando ocupar todo o banco. Ou pior, ás vezes aspirava que o ônibus lotado não recolhesse mais ninguém. Claro que já passou por isso, se não passou: vai passar. Falo por experiência própria. Certas situações tiram de nós respostas um tanto quanto egoístas. Imagine a cena: “busão” lotado (com todo o poder da palavra), final de tarde, trabalhadores estressados, pernas doloridas, você sente que não cabe mais ninguém e que se não tivesse perdido aquele 1Kg na academia o veículo não sairia do lugar. Neste instante se aproxima um ponto: nele está uma grávida e um casal de idosos – fique em nota que a grávida havia engordado além do necessário para uma simples gestação – vai dizer que a essa altura não passou pela sua cabeça o desejo de que o motorista tivesse um surto e passasse “batido” chegando a tempo de pegar um lugar no das seis. É egoísmo, não é louvável, nem de se orgulhar, mas é fato. Fugimos do assunto, onde estávamos? Ah, nas curiosidades! Não sei bem o porquê dessas atitudes, acredito existir explicações que variam entre a pressa de sair do ônibus, o cansaço, alguns atos reativos e o desejo de superioridade. O ser humano é esquisito, estudos dizem que ao nosso redor mantemos um círculo protetor num raio de 60cm do nosso corpo que, quando invadido nos leva as mais diferentes reações. Com a realidade brasileira, o desemprego e o horário de pico não podemos nos dar a esse luxo: 110 pessoas ocupam o lugar de 70, entre gordos, magros, grávidas, idosos, crianças e estudantes; nosso espaço é constantemente invadido, principalmente no “coletivo”. O percurso continua, cada parada é uma nova história, algumas pessoas entram e se acomodam enquanto outras se preparam para descer. Algo interessante para comentar é a disposição do diálogo no ônibus. Certas pessoas conseguem manter a discrição, mas não todas. É aquele caso da conversa forçada, quando a necessidade de falar supera o limite da razão e temos o privilégio de ouvir as pérolas do tipo: “Está quente hoje!” ou ”Acho que vai chover!” Essas pessoas são dignas de pena, dá para tentar melhorar ou até mesmo ser mais sincero: “Escuta, estou a algum tempo sem falar com alguém, não estou agüentando, por favor fale comigo!” Tudo bem, foi sincero demais. Procure algo que fique entre o clima e sua sinceridade, assim, ao menos você mantém a dignidade. Chega meu ponto, eu me levanto e desço, é um alivio saber que não desembarco sozinha. Sabe como é, ônibus de cordinha, morro de medo de não alcançar. Viviane das Graças Vieira
- baseado em situações reais

terça-feira, 9 de junho de 2009

O amor é cego!

O dia dos namorados está chegando e esta é minha singela homengem aos casaisinhos felizes, sim, aqueles que vão ao zoológico no domingo a tarde, os que voltam a infância e perdem a noção de vocabulário, usam termos do tipo: "minha florzinha", "meu moranguinho", "deliga você!", "eu te amo mais!" Aquele que riscam fulano e ciclano em todos os cadernos e agendas com coraçõezinhos e flexinhas, aos fãs do diminutivo e também ao que ligam para o namorado(a) e a primeira coisa que falam é "Onde você está?" Para todos vocês: Feliz dia dos namorados!!! E, se o amor é cego, como as pessoas falam por aí, dou-lhes uma dica para um presente diferente e original, esqueça as flores, os chocolates, os perfumes e ursinhos, abraçe a campanha: "Meu amor é cego!" e passe na ótica mais perto, deixe de lado o consumismo exagerado, dê este ano um refresco para o seu bolso e quem sabe isso se repita pelos próximos anos.




quarta-feira, 3 de junho de 2009

TESTEMUNHA DE UM CRIME


Hoje pela manhã houve um assassinato, não se noticiou nos jornais, nem no “plantão” de nenhuma emissora, também não aconteceu no Rio de Janeiro, ou em uma grande cidade. Aconteceu na minha casa, não apareceu a policia, nem os vizinhos vieram olhar. Foi por volta das dez horas, eu entrei na cozinha e minha mãe estava segurando a arma do crime: era uma faca. Ninguém se propôs a impedir o que estava para acontecer, eu tentei falar com a minha mãe, mas não adiantou. Ela não me disse nada, nunca foi tão fria comigo, eu achava que nenhuma mãe fosse capaz de cometer um crime. Minha tia pediu que eu saísse, que esperasse no quintal. Eu não queria, porque por mais que me doesse eu não queria me afastar da pobre vitima, sentia meu coração apertado, um nó na garganta e a tristeza de ver que só eu me importava. Todas as outras pessoas achavam natural aquela cena, acho que nunca irei entender. Fui obrigada a sair da cozinha, pude ouvir o barulho que vinha de lá, e quando já não se ouvia mais nada fui me aproximando lentamente, tinha medo de olhar. O chão estava sujo de sangue e minha tia se preparava para limpar, precisava estar tudo limpo no caso de chegar alguém. As próximas horas foram longas, e as lembranças não deixavam o meu pensamento, cada detalhe, cada segundo. Na hora do almoço, quando todos já estavam à mesa, eu fiz essa oração: “ Papai do céu, obrigada pelo arroz e pelo feijão, pela salada e pelo suco. Não deixe que falte comida para ninguém. Mas, diferente dos outros dias, eu queria te pedir que, se o Senhor puder, perdoe a minha mãe e a minha família e receba a pobre galinha quando ela chegar aí. Peça a ela desculpa por mim e lhe agradeça pela saborosa coxa. Amém”
Viviane das Graças Vieira - (ainda baseado em traumas reais.)

terça-feira, 26 de maio de 2009

Problemas com o computador???

Você tem tido problemas com o computador? Ele não te entende e você não entende porque ainda se presta ao papel de utilizá-lo? Já chegou ao ponto de sentir o desejo incontrólavel de:
  • Quebrá-lo;
  • Queimá-lo;
  • Jogá-lo pela janela;
  • Atirá-lo em alguém;
  • Entregar o mouse para seu gato;
  • Ou sequestrar a placa-mãe.
Não se desespere, é pensando em pessoas como você, que resolvi divulgar esse vídeo que esclarece algumas dúvidas sobre nosso malfadado companheiro: o computador.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

G.O.J. Emanuel

Aos meus amigos e irmãos... "Já se levanta um povo escolhido...

...Uma geração nova, de homens restaurados, que vão incendiar os corações."
Venha você também fazer parte dessa história!!!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Somos todos heróis...

Podemos cair...
Mas não desistimos jamais!!!
Neste mundo, onde sair de casa é uma loucura, somos todos heróis... Que o diga o SPIDERBOY!!!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Afinal, por que estudamos?


"Sou eu que vou seguir você do primeiro rabisco até BÊ-Á-BÁ
Em todos os desenhos coloridos vou estar
A casa, a montanha, duas nuvens no céu
e um sol a sorrir no papel." (Música: O caderno - Toquinho)
Memórias de uma estudante -baseado em lembranças reais.
Por: Viviane das Graças Vieira
Aula de biologia: “os átomos formam as células que unidas formam os tecidos que formam os órgãos que montam um sistema...” – por fim a longa definição se precipita no ser humano e na sua coletividade. Meu pensamento a muito já não estava mais ali, era apenas um corpo presente, as mãos agitadas batendo a caneta contra a carteira num som rítmico. Gastei horas pensando naquela tarde, do frio e das pessoas, embora esse não fosse o foco dos meus pensamentos: “A tarde era nublada, o céu cinza: cor única, contudo não chovia, ventava, não um vento forte, era mais uma brisa. Dia perfeito para sair com os amigos, bate-papo, risadas, cumprimentos e despedidas: todas as mãos tendem a se encontrar, nas bocas as mesmas frases. Logo, tudo pára! Perdi meus sentidos, não sentia o chão sobre meus pés, parada depois de tantas despedidas, eis a única pessoa... Parei, fitando seus olhos – todas as aulas, todo o conhecimento, toda a facilidade adquirida no curso de comunicação, acabou! – sussurrei as mesmas palavras que ouvia dos demais, no entanto com mais dificuldade, obtive, como dos outros, a mesma resposta, permaneceu entre as palavras o silêncio e a distância: meio metro da faixa de segurança. Quase se virava quando, de supetão, lancei: - Preciso falar com você! - Pode falar. - Não agora, espere um pouco. (...) Fomos ficando sozinhos, um a um todos foram embora, o coração acelerava, a língua prendia, a ansiedade e a vontade de estar em casa só para ignorar a conversa. Talvez fosse melhor dizer que não era importante, ou cobrar o CD que havia lhe emprestado, mas já era tarde. - Quer falar comigo? - Sim, senta. - Não, em pé está bom. - Senta! - Tudo bem. Fiz alguma coisa? - Não. - Então? Longa pausa, enquanto quase arranco o botão da minha jaqueta e tento sabe lá de onde tirar forças pra falar, solto com a agilidade de um comentarista de futebol, talvez até hoje a maior besteira que já falei: - Eu gosto de você! Não estou cobrando, perguntando ou querendo algo, só queria te informar. Depois do susto, da cara de surpresa e do silêncio constrangedor, fico pensando na asneira que acabei de falar, desde quando se informa que se gosta de alguém desse jeito, acho que era para dar a entender que se o agarrasse, dia desses na rua, teria uma justificativa. O que ele falou depois nem me importou, foi uma espécie de experiência que não deu certo e o resultado além do silêncio e da vergonha foi a conclusão de que nessas horas todos os cursos, todo o conhecimento e inteligência não valem de nada.”“. (...). A professora ainda fala, me levanto e saio da sala.


domingo, 17 de maio de 2009

A guerra acabou!

Depois de uma guerra declarada à técnologia, acabei cedendo. Foram anos de despreso ao aparelho de telefonia móvel: o celular, por diversos motivos que não cabem discutir no momento. Esse ano rendi-me a necessidade óbvia do antes rejeitado, não se pode negar sua utilidade.
Aprendi a conviver com o orkut e me esforço para suportar a precaria linguagem de muitos internaltas.
O meu último passo em direção a técnologia é a criação deste blog. Confesso que este passo foi o que gerou maior resistência, sempre tive preconceito com blogs.
Deve ser por me deparar com bizarrisses e inutilidades sendo expostas através deles. Blogs cheios de florzinhas, coraçõezinhos, bolinhas cor de rosa, versos batidos, a falta de criatividade vestindo um vestido vermelho de bolinhas azuis. Que os blogueiros de plantão não me levem a mal, afinal, viva a liberdade de expressão! Não quero reprimir ninguém! Seja feliz!
Bom, o caso é que resolvi dar uma chance e quebrar alguns paradigmas, resolvi descobrir a utilidade dos diversos recursos disponiveis na internet. A guerra acabou!
Mas o MSN morreu na fronteira, porque nem toda boa vontade do mundo...

Seja bem vindo !!!

Este é o primeiro blog a obter sucesso de acesso no primeiro dia além dos cinco acessos da autora do blog, esta obrigou o primo mais novo, seus quatro melhores amigos e seus oito irmãos a acessá-lo. Recorde de acesso no primeiro dia? É melhor conferir... "O mais sublime dom que Deus pode nos dar é nossa própria vida, presente de quem sabe amar".Eros Biondini