
Pessoas apressadas seguiam de um lado para o outro da rua, olhares não se cruzavam... Muitos óculos de sol... O calor, a desidratação e tudo isso nem é o pior, o maior desafio ainda estava por vir.
Parado em frente à porta giratória, preparava-se para a experiência que religiosamente era obrigado a viver ao menos uma vez por mês. Dirigia seus passos imaginando quantos objetos seria necessário depositar na bandeja para evitar ouvir a sirene da porta; retirou dos bolsos: o celular, as chaves, o relógio. Pensou até em retirar a prótese dentária, mas isso já era demais.
“Por favor, deposite na bandeja ao lado objeto de metais, aparelhos eletrônicos...”
“É só uma maquina!” repetia em sua mente para não cometer a insanidade de proferir os mais diversos palavrões que aprendera em sua ultimo engarrafamento no centro de São Paulo. Depois de 20 minutos de “tira e põe”, a primeira etapa havia sido cumprida. O seu homem interior tentava com esforço lembrar-se de todos os ensinamentos das aulas de ioga, em sua mente se imaginava em posição de lótus em um verde campo, saboreando doce brisa ao som do cantar dos mais belos pássaros...
- Senhor: pagamento, abertura de conta, cheque ou deseja ser atendido pelo gerente?
“Eu desejo ser atendido!” Pensou, mas não falou.
-Pagamento.
-Pode se dirigir ao caixa dois.
A segunda, e não menos penosa etapa estava começando: a fila
- Aguarde a segunda parte-
VIVIANE DAS GRAÇAS VIEIRA
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