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Hobbies

"Hobbies são manias que protegem o mundo de nossa insanidade, adquira alguns e terá menos vontade de atirar objetos sobre outras pessoas."
Viviane das Graças Vieira


domingo, 23 de janeiro de 2011

Não era só uma vez...


A parte mais difícil de uma história são as primeiras linhas. Você pensa, pensa e nada faz sentido. Foi-se o tempo em que era simples, se escrevia: "Era uma vez" e uma linda história tinha inicio, a certeza era que o desfecho seria: e foram felizes para sempre...
Fugindo do patético repertório do cenário perfeito, caímos na desilusão de uma introdução sem muitas flores ou glamour.
Estava passando pela rua, não era nenhuma princesa, nem estava fugindo de algum malfeitor, não ia a nenhum lugar importante ou resolver algum problema, somente passava por ali.
Todos os dias fazia o mesmo percurso sem grandes modificações. Não era o caminho mais rápido para o seu destino, mas por um estranho motivo fazia sentido perder 10 minutos de caminhada.
Às dezoito horas, pontualmente, olhava para a grande casa amarela. Nunca se atrasava ou adiantava. Houve vezes em que ficou parada na esquina olhando o relógio para não correr o risco de se adiantar.

A casa amarela tinha um portão azul e um cachorro pastor alemão. As portas e as janelas eram de madeira e havia uma sacada; na sacada uma cadeira, daquelas de palha grossa. Diariamente ao fim da tarde, um garoto sentava na cadeira com seu violão e cantava a mesma canção, como se ensaiasse para um importante concerto.
Era quase sempre a mesma música, falava de um sonho e uma esperança. O garoto era rígido no horário, faltando quinze minutos para as seis da tarde, ele pegava seu violão, enquanto tocava olhava para a rua, observava as pessoas que passavam e por uns instantes, quando seu relógio contava seis da tarde, havia uma pausa na canção. Não era uma pausa sem motivo, como se tivesse errado uma nota; a pausa fazia parte da música, era como um suspiro e uma hesitação. Naquela pausa, naquele silencio a canção ganhava sentido.
O som voltava, seus olhos fitavam de novo o papel cifrado, sentia os passos de uma garota ruiva cruzar o lado da rua e sumir na esquina. Mais um pouco e recolhia seu violão, retomava suas tarefas. Guardava as folhas com a letra da música ao lado do desenho de uma moça ruiva com o vestido florido e um laço de fita.
A garota chegava a casa pegava um pequeno caderno e começava a escrever...
                    Viviane das Graças Vieira

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Reticências...

Quando eu aprendia a usar reticências minha vida mudou, chega de etc. ou entre outros.

É simples, você usa os três pontinhos e confere a outro a responsabilidade de interpretar os limites. É simples, assim...