Faz parte das série: cartas
Sem nenhuma relação com condições atuais.
Hoje encontrei um diário da minha adolescência, descobri que minha adolescência foi bizarra, ainda bem que passou... por isso encontrei um texto igualmente antigo para postar. Bem vindos ao minuto melado!
A última carta.
Doce e eterno amor,
Guardei este envelope por tanto tempo que já não me lembrava mais dele, já havia me esquecido desta última carta. Quando tudo terminou, eu só queria te esquecer, agora, depois de todos esses anos, me lembro que foi em meio a lágrimas e um último “adeus” que este envelope caiu de suas mãos.
Recordo-me daqueles dias; dias em que tudo só queria nos separar, e o “tudo” foi maior que o nosso amor. Amor de adolescentes separados pelo destino e pela distancia, amor atropelado pelo trem que partiu.
Com receio abro a carta, selando cada instante com um olhar ao mar. Em meio ao som das ondas, estas suas últimas palavras soam como música:
“Ainda que a vida nos separe, a eternidade nos unirá. Ainda te amo!”
Talvez estas sejam meu último suspiro e estas minhas últimas palavras lançadas ao mar. Se nas águas de alguma praia encontrar esse bilhete, hoje ou amanha, só queria te dizer: “Tentei, mas nunca consegui te esquecer, eu também te amo!”
VIVIANE DAS GRAÇAS VIEIRA