
Ao fundo se ouvia o som de vozes exaltadas, pessoas que iam e vinham em passos "descompassados" e apressados... pressa...
Enquanto riscava aquela folha era como se abrisse uma brecha no tempo, as vozes, os sons , os gritos sumiam aos poucos, as cores se apagavam e só restara a folha.
O homem é escravo do tempo, nunca o tem, sempre lhe falta. Passamos boa parte do nosso tempo pensando no que faríamos se o tivéssemos.
Nunca nosso tempo é o suficiente para fazer o que planejamos, o que precisamos, o que sonhamos...
Naquela folha, que já não estava tão branca, o tempo não existia; por aqueles minutos, os minutos não importavam - então o homem foi livre.
VIVIANE DAS GRAÇAS VIEIRA